sábado, 13 de março de 2010

Bullying por estapas. autoria Paulo Alcobia Neves

1 - A criança/jovem é agredida na Escola;
2 - Por iniciativa própria ou por qualquer outra forma os pais tomam conhecimento;
3 - O/A Encarregado de Educação apresenta queixa à directora de turma;
4 - O/os agressores são repreendidos/castigados;
5 - Acto contínuo o/os agressores pensam agora em vingar-se;
6 - Nova agressão c/ testemunhas que dizem que foi a vítima a começar;
7 - Perante o professor/professora afirmam terem sido insultados/agredidos pela vítima;
8 - O encarregado de educação volta à escola;
9 - O professor/professora decide repreender/castigar todos;
9 - A cena volta a repetir-se, começam também os boatos na escola, no hi5, no Fbook, o envio de sms's c/ ameaças, etc...;
10 - Os pais estão à beira de um ataque de nervos e vão à escola reclamar em tom indignado;
11 - O caso começa a ser falado na sala dos professores onde se começam a tomar partidos por este ou por aquele, muitas vezes os Bullys tem comportamentos exemplares dentro da sala de aula...;
12 - A frequência das agressões aumenta, a criança começa a frequentar um psicólogo, os pais assumem os custos;
13 - Em casos extremos, mas não invulgares, a criança vítima de agressões vai ao hospital;
14 - No hospital recomendam aos pais que não declarem a agressão como motivo de consulta uma vez que o preço será muito superior;
15 - Começa a haver algum mau estar na escola;
16 - A presença dos pais começa a ser indesejada;
17 - Se o problema for no seio da turma é o agredido que tem de mudar de turma com todos os prejuízos daí decorrentes;
18 - Os pais, perante a não resolução do problema extravazam a situação recorrendo ao livro de reclamações da escola, à Direcção Regional de Educação, à Comunicação Social, à Polícia ou ao Ministério Público mas nenhuma destas instituições dá importância ao assunto.
19 - A vítima (não os agressores) começa a ser encarada como um problema pela escola, é um queixinhas, faz isto para chamar a atenção, os pais estão a envolver-se em assuntos da escola, "quem não levou uns encostões quando era mais novo" etc.
20 - Acto contínuo é proposta, dizem que para bem da criança (mas na verdade é também para evitar mais chatices) a mudança de Escola.
20 - Se for no final de ano lectivo, a criança vítima de agressões é preterida, por lei, numa escola mais próxima, em relação, por exemplo a alunos com menor idade...
21 - A criança muda, finalmente, de escola, a criança foi agredida, os pais gastaram rios de dinheiro em psicólogos, consultas por agressão, deslocações ao estabelecimento de ensino e ainda tem agora de comprar livros novos.
22 - Os professores respiram de alívio, a criança tenta adaptar-se a uma nova situação tendo por vezes de deslocar-se muitos km e no meio disto tudo os agressores continuam IMPUNES!!!
23 - Nem todos os casos são iguais mas dos vários testemunhos que recolhi nos últimos anos em todos há situações que se enquadram no cenário que acabei de apresentar.
Proposta de solução (no imediato): A criação de Clubes anti-Bullying nas escolas que envolvam alunos, professores, pais e auxiliares com sensibilidade/disponibilidade para estes casos, um porto seguro para aqueles que não podem nem devem ser vítimas constantes da falta de civismo dos colegas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário